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Questões sobre Adorno
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A crítica ao tipo de criação mencionada no texto teve como alvo, no campo da arte, a
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ampliação dos campos de experimentação.Essa alternativa está incorreta. Na verdade, Adorno e Horkheimer lamentam a falta de experimentação e inovação trazida pela indústria cultural, que tende a sufocar a criatividade ao invés de ampliá-la. Eles criticam a repetição de fórmulas já testadas ao invés da exploração de novos caminhos e experimentações no campo artístico.
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burocratização do processo de difusão.Essa alternativa está incorreta. Embora Adorno e Horkheimer critiquem a massificação e a comercialização da cultura, sua ênfase principal está na padronização e na homogeneização dos conteúdos culturais e não no processo burocrático de difusão por si só. A crítica é que a cultura passa a ser gerida de maneira industrial, o que implica em padronizações, mas a burocratização do processo em si não é o foco dessa crítica no contexto artístico mencionado.
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sofisticação dos equipamentos disponíveis.Essa alternativa está incorreta. A crítica de Adorno e Horkheimer não se concentra na sofisticação dos equipamentos. Embora a tecnologia possa ser parte do processo de industrialização da cultura, o problema central identificado por eles é a padronização dos conteúdos gerados, e não o avanço ou sofisticação tecnológica em si.
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padronização das técnicas de composição.Essa alternativa está correta. Adorno e Horkheimer, em suas análises sobre a indústria cultural, apontam que essa indústria tende a criar padrões e fórmulas que são reproduzidos continuamente. Isso se manifesta em técnicas de composição padronizadas, onde já se sabe como a trama de um filme se desenvolverá ou como uma música irá progredir. Assim, há uma previsibilidade que esvazia a obra de arte de sua originalidade e capacidade crítica.
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valorização da representação abstrata.Essa alternativa está incorreta. Adorno e Horkheimer não criticam necessariamente a valorização da representação abstrata na arte. Pelo contrário, a arte abstrata pode até ser vista como uma forma de resistência à padronização promovida pela indústria cultural, pois muitas vezes desafia as expectativas e evita fórmulas previsíveis.
A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a):
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ilusão da contemporaneidade.Esta alternativa está correta. Adorno e Horkheimer argumentam que a liberdade de escolha oferecida pela civilização ocidental é uma ilusão, pois todas as escolhas levam ao mesmo ponto, ou seja, não há verdadeira diversidade ou diferença nas opções. As escolhas parecem ser livres, mas são sempre condicionadas por uma estrutura econômica e cultural subjacente que limita essa liberdade.
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patrimônio político.Esta alternativa está incorreta. Adorno e Horkheimer não tratam a liberdade de escolha como um patrimônio político. Ao contrário, eles veem a liberdade de escolha como uma dimensão controlada e limitada pelo contexto econômico e cultural, o que vai contra a ideia de ser um patrimônio político livre e diverso. A escolha existe, mas ela é ilusória e controlada.
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produto da moralidade.Esta alternativa está incorreta. O texto não discute a liberdade de escolha como resultado ou produto da moralidade. Em vez disso, a liberdade de escolha está relacionada à economia e à padronização cultural promovida pela indústria cultural. Os autores criticam como aspectos econômicos moldam as opções disponíveis, e não moralidade ou ética.
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conquista da humanidade.Esta alternativa está incorreta. A maneira como Adorno e Horkheimer abordam a liberdade de escolha não sugere que seja uma conquista genuína da humanidade. De acordo com eles, a liberdade é superficial porque está fortemente influenciada e até mesmo dominada por fatores econômicos e culturais. Assim, não é uma conquista autêntica, pois as opções disponíveis são apenas variações da mesma coisa, dado o modelo econômico predominante.
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legado social.Esta alternativa está incorreta. A liberdade de escolha é tratada pelos autores como algo que parece ser um legado social, mas, na verdade, é uma manifestação da coerção econômica. Assim, não se trata de um verdadeiro legado social que promove a pluralidade e a diversidade de escolhas. As escolhas são padronizadas e limitadas, não sendo, portanto, um legado social verdadeiro.
A melhor banda de todos os tempos da última semana
O melhor disco brasileiro de música americana
O melhor disco dos últimos anos de sucessos do passado
O maior sucesso de todos os tempos entre os dez maiores fracassos
Não importa contradição
O que importa é televisão
Dizem que não há nada que você não se acostume
Cala a boca e aumenta o volume então. MELLO, B.; BRITTO, S. A melhor banda de todos os tempos da última semana. São Paulo: Abril Music, 2001 (fragmento). TEXTO II
O fetichismo na música e a regressão da audição
Aldous Huxley levantou em um de seus ensaios a seguinte pergunta: quem ainda se diverte realmente hoje num lugar de diversão? Com o mesmo direito poder-se-ia perguntar: para quem a música de entretenimento serve ainda como entretenimento? Ao invés de entreter, parece que tal música contribui ainda mais para o emudecimento dos homens, para a morte da linguagem como expressão, para a incapacidade de comunicação. ADORNO, T. Textos escolhidos. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
A aproximação entre a letra da canção e a crítica de Adorno indica o(a)
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fusão entre elementos da indústria cultural e da cultura popular.Incorreto. A alternativa menciona uma "fusão entre elementos da indústria cultural e da cultura popular", mas os textos são mais críticos sobre o efeito narcótico e restritivo da indústria cultural sobre as pessoas, sugerindo que ela não permite a verdadeira expressão ou comunicação cultural. Não se trata tanto de uma fusão, mas de uma dominação da indústria cultural sobre a cultura popular.
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influência da música americana na cultura brasileira.Incorreto. Apesar de o texto I mencionar o "melhor disco brasileiro de música americana", essa referência parece mais ligada à ironia sobre a busca incessante por destaque efêmero do que a uma crítica direta à influência cultural específica. Adorno, por outro lado, não menciona diretamente a influência americana, mas sim um fenômeno mais geral da música de entretenimento.
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lado efêmero e restritivo da indústria cultural.Correto. Tanto na letra da canção quanto no texto de Adorno, há uma crítica ao caráter passageiro e limitado da indústria cultural. A banda mencionada na música é chamada de "a melhor de todos os tempos da última semana", o que implica uma sucessão rápida de "melhores" que logo são substituídos por outros. Isso reflete o aspecto efêmero, pois nada é duradouro. Além disso, Adorno discute como a música de entretenimento deixa as pessoas "emudecidas", sugerindo a restrição da verdadeira expressão e comunicação cultural genuína. Esses pontos se alinham ao caráter efêmero e restritivo mencionado na alternativa.
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baixa renovação da indústria de entretenimento.Incorreto. Embora ambos os textos façam críticas à indústria cultural, não há uma ênfase na questão da baixa renovação no sentido de repetitividade ou falta de inovação, mas sim na superficialidade e efemeridade do que é produzido. O foco está mais em como a cultura é consumida e assimilada de forma superficial pelos indivíduos, ao invés de na inovação dentro da indústria.
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declínio da forma musical em prol de outros meios de entretenimento.Incorreto. Embora Adorno comente sobre a "morte da linguagem como expressão" e a "incapacidade de comunicação", os textos em si não apontam para um declínio da música em favor de outros meios de entretenimento. Em vez disso, eles criticam a função da música de entretenimento na forma como ela é produzida e consumida, e seu impacto na capacidade das pessoas de se expressarem e se comunicarem.
O mito converte-se em esclarecimento e a natureza em mera objetividade. O preço que os homens pagam pelo aumento de seu poder é a alienação daquilo sobre o que exercem o poder. O esclarecimento comporta-se com as coisas como o ditador se comporta com os homens. Este os conhece na medida em que pode manipulá-los. O homem de ciência conhece as coisas na medida em que pode fazê-las. É assim que seu em-si torna para- -ele. Nessa metamorfose, a essência das coisas revela-se como sempre a mesma, como substrato de dominação. (ADORNO; HORKHEIMER. Dialética do Esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985. p.21.)
O uso da razão para fins irracionais criou, principalmente no século XX, uma desconfiança crônica a respeito da sua natureza e dos seus usos. Com base nos conhecimentos sobre a racionalidade instrumental presente no texto, assinale a alternativa correta.
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Tanto a dominação da natureza quanto a alienação do homem são o preço inevitável a ser pago pela razão, pois o conhecimento ocorre quando o mundo e o homem se tornam objetos.Esta alternativa está parcialmente correta porque descreve a crítica feita por Adorno e Horkheimer à racionalidade instrumental, que transforma tudo em objetos manipuláveis. No entanto, ela sugere que isso seja um preço inevitável, o que não é bem a crítica dos autores. Eles não consideram isso inevitável, mas sim um erro trágico na forma como se desenvolveu a modernidade.
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Mito e razão são forças primitivas antagônicas de natureza distinta: o mito caracteriza-se pela imaginação, fantasia e falta de objetividade; já a razão, pela objetividade, por cujos processos de formalização a certeza é instituída.Esta alternativa está incorreta. Adorno e Horkheimer argumentam justamente que a razão não é simplesmente objetiva e distinta do mito. Para eles, a razão moderna carrega elementos míticos em sua busca de controle e dominação. A oposição clara que essa alternativa sugere entre mito e razão não captura a nuance da Dialética do Esclarecimento.
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O esclarecimento, na medida em que efetiva a superação do mito, atualiza a essência e o próprio destino do homem, que consiste em transformar a natureza, produzindo objetos que tornam a vida mais confortável.Esta alternativa está incorreta. Embora inicialmente pareça que superar o mito e transformar a natureza para melhorar a vida seja positivo, Adorno e Horkheimer argumentam que essa superação ocorreu de forma equivocada. A racionalidade que deveria libertar tornou-se uma ferramenta de dominação, e não um meio de emancipação genuína.
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Dada a dimensão puramente formal da ciência, os aspectos práticos do mundo da vida lhe são alheios, razão pela qual os usos com vistas à dominação são estranhos à sua essência, resultando na dominação de um mau uso prático.Esta alternativa está incorreta. A ciência, ao contrário do que é sugerido, não é neutra ou alheia aos usos práticos e ao exercício de poder. Adorno e Horkheimer sustentam que a ciência moderna frequentemente participa de processos de dominação pela forma como usa a razão instrumental para controlar e manipular o mundo.
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A instrumentalização da razão e a objetivação da natureza são dois momentos de um mesmo processo, cujo resultado consiste em conceber o homem e o mundo como objetos disponíveis à manipulação e ao exercício de poder.Esta é a alternativa correta. Adorno e Horkheimer argumentam que a racionalidade instrumental transforma tanto a natureza quanto os seres humanos em objetos a serem manipulados para o exercício de poder. Ambos, a instrumentalização da razão e a objetificação do mundo, são aspectos do mesmo processo de dominação criticado pelos autores.
Em termos filosóficos, a pseudo-individuação é um conceito
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identificado com a autonomia do sujeito na relação com a indústria cultural.É importante entender que Adorno utiliza a ideia de pseudo-individuação para mostrar como os consumidores são iludidos sobre sua própria autonomia. Assim, a indústria cultural dá a sensação de escolha individual, mas padroniza a cultura de acordo com seus interesses. Portanto, é incorreto dizer que a pseudo-individuação está associada à autonomia do sujeito, pois é exatamente o oposto: é sobre a manipulação do consumidor para pensar que é autônomo.
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que identifica o caráter aristocrático da cultura musical na sociedade de massas.Vamos analisar essa afirmação. Quando falamos sobre a pseudo-individuação no contexto da sociedade de massas, a ideia central é a ilusão de escolha e a padronização presente na cultura popular. A alternativa que sugere um 'caráter aristocrático' não se encaixa, porque a pseudo-individuação é sobre o contrário disso: é sobre como a cultura de massas oferece uma falsa sensação de escolha individual, não sobre a presença de uma cultura elitista ou aristocrática.
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relacionado à autonomia estética dos produtores musicais na relação com o mercado.Ao discutirmos pseudo-individuação, é importante focar na experiência do consumidor, não dos produtores. Adorno argumenta que a música popular é pré-fabricada e dita como será consumida, então a 'autonomia estética' de produtores na relação com o mercado não é central para o conceito. Na visão de Adorno, mesmo os produtores estão presos à padronização necessária para garantir o sucesso comercial. Portanto, essa alternativa está incorreta, pois não reflete o foco do conceito.
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que expressa o controle disfarçado dos consumidores no campo da cultura.Essa está correta. Adorno argumenta que a pseudo-individuação e a padronização são formas de controle sobre os consumidores. Elas dão a ilusão de escolha e individualidade, mas, na verdade, guiam o consumo cultural para interesses previamente decididos. A cultura de massas, portanto, ao criar essa sensação falsa de individualidade, mantém as pessoas sob controle sem que elas percebam.
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aplicável somente a indivíduos governados por regimes políticos totalitários.Adorno fala sobre pseudo-individuação no contexto de sociedades capitalistas e democráticas também. A ideia de pseudo-individuação não é sobre regimes totalitários especificamente; é mais sobre como a cultura de massas funciona em sistemas onde a liberdade é supostamente plena, mas, na verdade, é manipulada. Assim, essa alternativa está incorreta, pois aplica o conceito de forma muito restrita.
O conceito que sintetiza suas formulações no âmbito da cultura é
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o padrão cultural.'Padrão cultural' pode referir-se a normas e valores predominantes em uma cultura, mas não é o conceito específico desenvolvido pela Escola de Frankfurt para sintetizar suas críticas ao sistema cultural sob o capitalismo. Está, portanto, incorreta no contexto da questão.
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a cultura operária.A 'cultura operária' se relaciona aos valores e práticas culturais das classes trabalhadoras, mas não é o conceito central desenvolvido pela Escola de Frankfurt, que critica a padronização e o consumo em massa. Esta alternativa não é a correta.
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a cultura líquida.A expressão 'cultura líquida' não é um conceito debatido pela Escola de Frankfurt. Esse termo é mais associado ao sociólogo Zygmunt Bauman, que descreve as características fluidas e mutáveis da sociedade contemporânea. Por isso, essa alternativa está incorreta.
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a indústria cultural.'Indústria cultural' é o conceito correto desenvolvido por Theodor Adorno e Max Horkheimer na Escola de Frankfurt para criticar como a cultura é produzida em massa, tornando-se um produto de consumo e homogeneização que impede o pensamento crítico. É a alternativa correta.
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a cultura erudita.'Cultura erudita' refere-se àquela que é associada ao conhecimento acadêmico, às artes clássicas e à alta cultura, diferentemente da crítica feita pela Escola de Frankfurt, que se foca na massificação e nos meios de comunicação. Por isso, essa alternativa está incorreta.
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